Nascido no Rio de
Janeiro em 1843, filho de pais
franceses que moravam na cidade, Marc Ferrez
é conhecido como o mais importante fotógrafo brasileiro de sua época. Foi um dos poucos profissionais do século XIX a não focar sua atividade
no retrato. Ele preferia realizar trabalhos de
documentação de paisagens tanto urbanas quanto rurais.
Iniciou a carreira como aprendiz
na Casa Leuzinger, um dos principais ateliês fotográficos do Brasil
aos finais do século XIX. Em 1870,
tornou-se fotógrafo oficial da Marinha
Imperial, título que lhe permitiria registrar todas as embarcações que tomariam parte da Revolta da Armada,
rebelião de integrantes da Marinha contra o governo do
então presidente da República, Floriano Peixoto.
Em 1875 e 1876, passou a
integrar a Comissão Geológica do
Império, o que lhe permitiu viajar para diversas regiões, registrando variados
momentos da vida brasileira
tanto para uso oficial quanto pessoal.
A
serviço da estrada de
ferro D. Pedro, em 1882, Ferrez esteve também pelas
províncias de São Paulo, onde fotografou os portos de Santos e do Paraná, além de acompanhar
a conclusão da construção da estrada
de ferro Paranaguá-Curitiba, em 1879.
Tendo recebido
o grau de Cavaleiro
da Ordem da
Rosa do Imperador Dom
Pedro II, Ferrez ainda viajou algumas vezes à França e pelo
interior do Brasil. Em 1890, começou a produzir fototipias
(tipo de impressão fotográfica
exposta ao sol), em sociedade com
H. G. Lombaerts. Por meio desse
processo, passou a publicar álbuns e postais, entre outros produtos.
Marc
Ferrez foi o único profissional de fotografia que recebeu o título de "Photographo da Marinha Imperial",
em 1880.
Ele
trouxe diversas inovações tecnológicas, entre elas, introduziu no mercado as
primeiras chapas secas dos irmãos Lumière,
foi o primeiro a utilizar o flash de magnésio, que usou para fotografar as
minas da região de Morro Velho em Minas Gerais,
produziu as maiores chapas coloidais panorâmicas do mundo, com 40 cm por
120 cm, retratando paisagens brasileiras, em 1881.
Apesar
de adotar mais a temática da paisagem, foi também um importante retratista,
incluindo aí, fotos dos membros da família imperial brasileira, pois em 1886,
realizou uma série de retratos da Princesa Isabel no Palácio das Laranjeiras.
Entre
as suas publicações se encontra o Álbum da Avenida Central, onde retratou a impressionante
construção da atual Avenida Rio Branco, na época chamada "Avenida
Central" no Rio de Janeiro, entre 1903 e 1906.
Marc
Ferrez estendeu seu interesse também ao cinema e abriu, em 1907, o cinema
Pathé, na cidade do Rio de Janeiro.
Seu
acervo, adquirido em 1998 pelo Instituto Moreira Salles (IMS), do seu neto, o historiador Gilberto Ferrez,
soma mais de 5.500 imagens, sendo quatro mil negativos originais de vidro.
Desde então, o IMS passou a organizar um trabalho de recuperação e pesquisa,
cuja mostra, "O Brasil de Marc Ferrez -
Fotografias do Acervo do Instituto Moreira Salles", reúne
grande parte de sua obra (350 imagens, entre fotografias e originais) e foi
apresentada ao público do Rio de Janeiro e no Museu Carnavalet,
em Paris (França), no ano de 2005.
Em
1915, Ferrez partiu para uma estada de cinco anos em Paris, de onde
retornou já doente. Morreu no Rio, em
1923, aos 80 anos.
Fonte: Brasil.gov.br e wikipedia
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