Ativo em Salvador nas duas últimas décadas do século passado, Lindermann associou-se a Guiilherme Gaensly, passando a gerenciar seu estúdio baiano quando este se transferiu para São Paulo em 1896.
Seu momento
de maior destaque foi a participação da Exposição Universal de Paris de 1889,
quando exibiu vistas fotográficas dos estados de Bahia e Pernambuco.
Valendo
sublinhar ainda a inclusão de seus trabalhos no livro Le Brésil que E. Levasseur
fez em parceria com o Barão de Rio Branco para sua publicação.
O
referido livro contava com textos de luminares como o próprio Barão do Rio
Branco e Eduardo Prado.
O
livro é recheado de dados reveladores, ordenados em forma enciclopédica. Apesar
do tom laudatório em relação ao país, seus autores reconhecem que apenas 18% da
população livre sabia ler. Entre a população servil, eufemismo para se referir
aos escravos, a porcentagem caía para 0,1%.
A
economia também não ia lá essas coisas: o déficit público era uma enormidade e
as dívidas, externa e interna, já batiam na casa de 1,1 milhão de contos de
réis – sete vezes a receita anual do governo, que era de 147.200 contos de réis.
Realmente,
nunca foi fácil vender o peixe nacional aos estrangeiros. No capítulo sobre
literatura, O Brasil comete uma tremenda gafe: Machado de Assis é
referido apenas como "um crítico literário esclarecido". Para os
autores do livro, o escritor mais fecundo do país era, veja você, o Visconde de
Cairu. Sobre o que ele escrevia? Economia política. Seu pensamento era um
plágio das teorias do escocês Adam Smith, autor de A Riqueza das Nações.
Uma pobreza.