sábado, 27 de julho de 2013

Jan van Eyck

Jan van Eyck (1390 — 1441) foi um pintor flamengo do século XV, irmão de Hubert van Eyck e pupilo de Robert Campin. Foi também o fundador de um estilo pictórico do estilo gótico tardio, influenciando em muito o Renascimento Nórdico. Como tal, é visto como o mais célebre dos primitivos flamengos.

Foi um pintor igualmente caracterizado pelo naturalismo, imperando na sua obra meticulosos pormenores e vivas cores, além de uma extrema precisão nas texturas.

É de relevo, na obra de van Eyck, a influência da pintura helenística. O artista costumava conceder profundidade e diversas sombras, mesmo nas zonas onde mais incidia a luz. Tal fato, pode ser considerado como uma iniciação ao realismo.

Nas suas obras existem pormenores na textura e na procura de novos sistemas de representação da tridimensionalidade, a perspectiva. Mas apesar disso, ele não recorria muito à perspectiva, deixando de lado os cálculos matemáticos dos mestres italianos sendo que as suas obras podiam ser por vezes imperfeitas, mas nem por isso irreais.

Inicialmente pensava-se que Jan teria inventado a pintura a óleo mas atualmente estudos provam que ele apenas a aperfeiçoou (já existia em Flandres), criando a tinta a óleo com secagem rápida, ainda hoje utilizada.

Através desta inovação é fácil de perceber a sua capacidade de  representar com facilidade uma variedade de temas com grande realismo onde conseguia retratar detalhes microscópicos. É através da utilização de óleo sobre madeira (a sua técnica) que consegue encontrar as texturas exatas para a pele utilizando várias tonalidades de tinta sobrepondo-as.




sexta-feira, 26 de julho de 2013

Picasso

Picasso

Desenhos e gravuras do artista cubista Pablo Picasso (1881-1973) ganham exibição em dois endereços.

Panamericana Escola de Arte e Design - Consolação
Av. Angélica, 1.900 - Consolação - Centro. Telefone: 3661-8511.

segunda a sexta: 9h às 21h.
sábado: 9h às 12h.


Panamericana Escola de Arte e Design - Jardim América
R. Groenlândia, 77 - Jardim América - Centro. Telefone: 3885-7890.

segunda a sexta: 9h às 21h.
sábado: 9h às 12h.

Até 10 de agosto de 2013.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Cícero

"Dos amores humanos, o menos egoísta, o mais puro e desinteressado é o amor da amizade."

"Os homens são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons."

"Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la."

"Nunca estou mais acompanhado do que quando estou sozinho."

"Ninguém é assim tão velho que não acredite que poderá viver por mais um ano."

"O melhor tempero da comida é a fome."

"A ignorância é a maior enfermidade do gênero humano."

"O hábito de tudo tolerar pode ser a causa de muitos erros e de muitos perigos."

"Assim como gosto do jovem que tem dentro de si algo do velho, gosto do velho quetem dentro de si algo do jovem: quem segue essa norma poderá ser velho no corpo, mas na alma não o será jamais."

"Prudência é saber distinguir as coisas desejáveis das que convém evitar."

"Quanto melhor é uma pessoa, mais difícil se torna suspeitar da maldade dos outros."

"No meio das armas, calam-se as leis."

"Prefiro a paz mais injusta à mais justa das guerras."

"Justiça extrema é injustiça."

"Se ao lado da biblioteca houver um jardim, nada faltará."


Marco Túlio Cícero (103 A.C. - 43 A.C.)

Cícero, foi filósofo, orador, escritor, advogado e político romano.
Cícero é normalmente visto como sendo uma das mentes mais versáteis da Roma antiga. Foi ele quem apresentou aos Romanos as escolas da filosofia grega e criou um vocabulário filosófico em Latim, distinguindo-se como linguista, tradutor, e filósofo. Um orador impressionante e um advogado de sucesso.Hoje em dia, ele é apreciado principalmente pelo seu humanismo e trabalhos filosóficos e políticos.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Fritz Lang

Friedrich Anton Christian Lang, conhecido como Fritz Lang (1890 – 1976) foi um cineasta, argumentista e produtor nascido na Áustria, mas que dividiu sua carreira entre a Alemanha e Hollywood, considerado como um dos mais famosos nomes da escola do expressionismo alemão, uma estética que dá vazão às reações subjetivas, criadas por objetos e cenários de grande intensidade visual, explorando as distorções e o uso do preto-e-branco.

Fez numerosas viagens (África do Norte, Próximo Oriente, China, Japão…) que lhe desenvolveram o gosto pelos ambientes exóticos que magistralmente retratou nos seus filmes.De regresso à Alemanha, participou na Primeira Guerra Mundial e foi gravemente ferido, tendo perdido um olho. No hospital, onde permaneceu longo tempo, começou a escrever roteiros para Joe May os quais eram dotados de um forte grafismo, no campo do fantástico e do demoníaco. O êxito desses argumentos levou a que fosse convidado para realizar filmes.

Entre 1919 e 1920, Lang lançou uma série de filmes intitulados "Die Spinnen", que o tornaram conhecido. Em 1922 estreou "Dr. Marbuse", um estudo sobre uma mente criminosa. Nesse mesmo ano casou-se coma atriz e escritora Thea von Harbou, autora de "Metropolis" - livro que deu origem a um dos filmes mais famosos de Lang. Dois anos depois, realizou "Os Nibelungos", baseado num romance medieval.

Nos E.U.A.começa a sua fase mais incompreendida. A crítica que unanimemente tinha enaltecido os seus filmes alemães, era agora também quase unânime a subvalorizar as obras que realizava nos Estados Unidos, argumentando que Lang se teria subjugado aos produtores americanos, desperdiçando o seu talento em filmes comerciais. Só na década de 50 se percebeu a injustiça, quando uma boa parte dessa crítica começou a reconhecer a grande qualidade da maioria dos filmes dirigidos pelo cineasta alemão em Hollywood. Ele foi um dos primeiros cineastas a dirigir "Marilyn Monroe" no filme "Só a mulher peca", "Clash by night".


Metropolis foi o filme mais caro de sua época, e um marco do expressionismo alemão. Durou quase 1 ano e meio pra ser feito e envolveu cerca de 37 mil extras e mostrava um futuro distópico que influenciou gerações de escritores e cineastas até hoje, e deu fruto a filmes, jogos e livros como 1984, Blade Runner, Robocop, Final Fantasy 7, Bioshock, Bastardos Inglórios, o movimento Steampunk, o cinema Noir, entre outros.

KaleidoCamera

Um grupo de pesquisadores alemães acabou de publicar um vídeo que mostra uma tecnologia impressionante. Trata-se da KaleidoCamera, uma câmera que pode capturar diferentes faixas espectrais, ângulos e focos das imagens, gerando um arquivo de fácil pós-processamento para facilitar a vida dos fotógrafos. O projeto surgiu na Saarland University, em Saarbrücken (Alemanha).

Em apenas um acionamento do obturador é possível registrar elementos em diversas situações — em relação ao ângulo dos objetos e da própria câmera. Isso permite que os fotógrafos escolham exatamente qual será o principal ponto focal das fotografias capturadas, além de poder escolher diferentes formas de absorção das cores presentes nos objetos que estão sendo fotografados.

Ainda não há previsão de chegada da KaleidoCamera ao mercado.

Veja o vídeo para entender melhor a proposta da pesquisa.
 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

BEN R. MULOCK

O engenheiro inglês e fotógrafo autodidata Benjamin R. Mulock (1829-1863) veio trabalhar em Salvador, em 1859, contratado para fotografar as obras da BSFR (Bahia and São Francisco Railway). Foi um dos mais importantes fotógrafos paisagistas do Brasil oitocentista.

De origem inglesa, Mulock atuou na Bahia entre 1858 e 1861. Sediado em Salvador, ele documentou amplamente o interior do estado para a firma construtora da Bahia and S. Francisco Railway.

Mulock, assim como outros pioneiros que aqui trabalham – tais como Stahl, Gaensly e Ferrez – soube transformar as encomendas das ferrovias em oportunidades de documentação paralela da paisagem circundante e até mesmo de aspectos urbanos (vide suas vistas de Salvador e Santo Amaro da Purificação) ou humanos das regiões visitadas.  Sendo justamente este poder de transcendência às limitações do trabalho de encomenda o que conferiu sobrevida e o grande poder de evocação à obra destes autores.

domingo, 21 de julho de 2013

Rui de Noronha - Lua Nova



LUA NOVA



“Quenguêlêquêze!... “Quenguêlêquêze!... (Lua Nova)



Surgia a lua nova,

E a grande nova

— Quenguêlêquêze!...— ia de boca em boca

Traçando os rostos de expressões estranhas,

Atravessando o bosque, aldeias e montanhas,

Numa alegria enorme, uma alegria louca,



Loucamente,

Perturbadoramente...



Danças fantásticas

Punham nos corpos vibrações elásticas,

Febris,

Ondeando ventres, troncos nus, quadris...



E ao som de palmas

Os homens, cabriolando,

Iam cantando

Medos de estranhas vingativas almas,

Guerras antigas

Com destemidas ímpias inimigas

— obscenidades claras, descaradas,

Que as mulheres ouviam com risadas

Ateando mais e mais

O rítmico calor das danças sensuais.



“Quenguêlêquêze!... Quenguêlêquêze!...”



Uma mulher de vez em quando vinha,

Coleava a espinha,

Gingava as ancas voluptuosamente,

E diante do homem, frente a frente,

Punham-se os dois a simular segredos...

— Nos arvoredos

Ia um murmúrio eólico

Que dava à cena, à luz da lua, um que diabólico...



“Quêze!.Quenguêlêquêze!...”



... Entanto uma mulher saíra sorrateira

Com outra mais velhinha;

Dirigiu-se na sombra à montureira,

Com uma criancinha.

Fazia escuro e havia

Ali um cheiro estranho

As cinzas ensopadas,

Sobras de peixe e fezes de rebanho

Misturadas...O vento, perpassando a cerca de caniço,

Trazia para fora o ar abafadiço,

Um ar de podridão...

E as mulheres entravam com um tição:

E enquanto a mais idosa

Pegava na criança e a mostrava à lua

Dizendo-lhe: “Olha, é a lua”,

A outra, erguendo a mão,

Lançou direito à lua a acha luminosa.

— O estrepitar de palmas foi morrendo...

E a lua foi crescendo... foi crescendo...

Lentamente...

Como se fora em brando e afogado leito

Deitaram a criança, revolando-a,

Ali na imunda podridão, no escuro,

Lhe deu o peito...



Então, o pai chegou,

Cercou-a de desvelos,

De manso a conduziu p´los cotovelos,

Tomou-a nos seus braços e cantou

Esta canção ardente:



“Meu filho, eu estou contente!

Agora já na temo que ninguém

Mofe de ti na rua,

E diga, quando errares, que tua mãe

Te não mostrou a lua!



Agora tens abertos os ouvidos

Para tudo compreender;

Teu peito afoitará, impávido, os rugidos

Das feras, sem tremer...

Meu filho, estou contente!

Tu és agora um ser inteligente,

E assim há-de crescer, há-de ser homem forte



Até que já cansado

Um dia muito velho

De filhos, rodeado,

Sentido já dobrar–se o teu joelho

Virá buscar-te a Morte...

Meu filho, eu estou contente!

Agora, sim, sou pai!...”



Na aldeia, lentamente,

O estrepitar das palmas foi morrendo...

E a lua foi crescendo...

— Crescendo

Como um ai... 



Rui de Noronha (1909 - 1943) foi um poeta moçambicano, sendo considerado o precursor da poesia moderna moçambicana.

Antônio Rui de Noronha, mestiço, de pai indiano, de origem brâmane, e de mãe negra, foi funcionário público (Serviço de Portos e Caminho de Ferro) e jornalista. O autor colaborou na imprensa escrita de Moçambique, notadamente em O Brado Africano, com apenas 17 anos de idade. Esta produção inicial, que se reduziram apenas a três contos, e que correspondem ainda a uma fase de afirmação literária, virá a ser prosseguida a partir de 1932, com uma intervenção mais ativa na vida do jornal, chegando mesmo a integrar o seu corpo diretivo.



Desde logo mostrou e deixou transparecer, na sua vida e na sua escrita, um temperamento recolhido, uma personalidade introvertida e amargurada. Foi, sem dúvida, um homem infeliz. Nunca chegou a concretizar, em vida, o grande sonho de publicar o seu livro de poemas. No entanto, seu professor de Frances, Dr. Domingos Reis Costa reuniu, selecionou e revisou 60 poemas para a edição póstuma intitulada Sonetos (1946).


Uma desilusão amorosa, causada pelo preconceito racial, fez, segundo os seus amigos, com que o escritor se deixasse morrer no hospital da capital de Moçambique, com 34 anos, no dia 25 de Dezembro de 1943.