Sinopse
Do
próprio autor na contracapa
“Esse
ensaio resume conferências que pronunciei na França e Alemanha. A pedido da
EuropeanPhotography, foram reunidas neste pequeno livro, publicado em alemão. A
reação do público (não apenas dos fotógrafos, mas sobretudo dos interessados em
Filosofia) foi dividida, porém intensa. Parto da hipótese de que seria possível
observar duas revoluções fundamentais na estrutura cultural: a primeira, que
ocorreu aproximadamente em meados do segundo milênio A.C., pode ser captada sob
o rótulo invenção da escrita linear,
e inaugurava a História propriamente dita; a segunda, que ocorre atualmente,
pode ser captada sob o rótulo invenção
das imagens técnicas, e inaugura um modo de ser ainda dificilmente
definível. A hipótese admite que outras revoluções possam ter ocorrido em
passado mais remoto, mas sugere que elas nos escapam.
A
intenção que move este ensaio é contribuir para um diálogo filosófico sobre o
aparelho em função do qual vive a atualidade, tomando por pretexto o tema
fotografia. Submeto-o, pois à apreciação do público brasileiro.”
Comentários
Vilém
Flusser nasceu em Praga, mas viveu no Brasil fugido da 2ª Grande Guerra até a
década de sessenta. Lecionou filosofia em universidades paulistanas e publicou
vários livros em português. E este é ponto principal, a meu ver, sobre sua
importância, pois podemos ler um livro de um grande filósofo estrangeiro sem
ter passado pela interpretação de um tradutor.
O
livro trata da tríade da formação da “imagem fotográfica”, ou seja, as relações
entre o fotógrafo, o aparelho fotográfico e a imagem gerada, que resulta do
ponto de vista do fotógrafo e as limitações do aparelho fotográfico. Vários
outros temas são abordados de maneira instigante.
O
livro, por se basear em temas filosóficos, é complexo e sua leitura difícil,
mas vale a pena cada página lida e entendida. Recomendado para aqueles que
encaram o ato de fotografar de forma não leviana.
Tem
seu primeiro parágrafo assim: “Imagens são superfícies que pretendem
representar algo. Na maioria dos casos, algo que se encontra lá fora no espaço
e no tempo. As imagens são, portanto, resultado de se abstrair duas das quatro
dimensões do plano.”
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