terça-feira, 9 de julho de 2013

Andrei Tarkovski

Andrei Arsenyevich Tarkovski (1932-1986) , filho do poeta russo Arseni Tarkovski, autor de muitos dos poemas recitados em seus filmes. Tendo se formado em Geologia, abandona a profissão para se dedicar ao cinema, iniciando sua carreira ao entrar no Instituto Central de Cinema da URSS (VGIK) em 1956. Em 1960 dirige seu primeiro filme um média metragem de 44 minutos ( O Rolo Compressor e O Violinista) e em 1962 ganha o Leão de Ouro do Festival de Veneza com o seu segundo trabalho, A Infância de Ivan.
 
Considerado persona non grata pelo governo da ex-União Soviética, desde o início de carreira, o cineasta não abria mão de suas obsessões. Quando fez Solaris, considerado seu melhor trabalho, que é um filme sobre um planeta oceânico dotado de inteligência, capaz de fazer os astronautas de uma expedição materializarem os sonhos mais ocultos, recebeu elogios de Akira Kurosawa, que considerou o filme assustador.

Poeta, filósofo, cineasta, Tarkovski tinha idéias bastante claras sobre os segredos da sua arte. Por exemplo, ele dividia os cineastas em dois grupos: aqueles que procuram reproduzir o mundo à sua volta e aqueles que, numa direção oposta, criam seu próprio mundo particular. “Geralmente, estes são os poetas”, dizia ele.

Para Tarkovski, uma das grandes particularidades da arte, é sua intenção de persuadir as pessoas não através de argumentos racionais, mas sim a partir do impacto emocional. A arte tem de ser sentida, pois o artista a impregnou como uma energia que transcende a razão de um diálogo meramente jornalístico.

Quando instado a explicar o sentido de seus filmes, ele respondia com a seguinte metáfora: "Você olha um relógio. Ele funciona, mostra as horas. Você tenta compreender como ele funciona e o desmonta. Ele não anda mais. E no entanto essa é a única maneira de compreender..."

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